2Join Review – Huntdown – Switch / Multi
Anunciado sem muito alarde, Huntdown chegou no último dia 12 de Maio para PC, Nintendo Switch e aqueles outros dois consoles irrelevantes que a galera baba ovo. Nós do Portal 2 Join tivemos a oportunidade de jogar já no lançamento e trouxemos aqui algumas considerações do jogo. Sigam-me os bons!
Desenvolvido pela Easy Trigger Games e publicado pela Coffee Stain, Huntdown é um shooter de ação “Run N’ Gun” (bonequinho atirando, pra ficar mais fáci) para até dois jogadores em modo co-op local.
Inspirações
Com sua estética e ambientação Cyberpunk com forte inspiração em filmes dos anos 80 (principalmente Blade Runner), tem um visual 16-bits muito bonito e lembra alguns títulos da Devolver Digital (Katana Zero, por exemplo). Aliás, não é só no visual: o contexto de violência pixelizada também ajuda bastante na lembrança.
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Apesar de tantas inspirações, Huntdown não se preocupa em ficar botando easter egg na cara do jogador o tempo todo, ou seja, ele evidencia as suas referências mas faz questão de deixar claro que é uma obra com vida própria (traduzindo: é muito mais que um amontoado de fanservice).
Visual & Desempenho
A pixel art é muito caprichada, as cores saltam aos olhos tanto durante o jogo quanto nas telas de loading, os efeitos visuais e animações dos personagens são bastante detalhados e apesar de acontecer muita coisa ao mesmo tempo na tela, o jogo consegue manter os 60 FPS cravados. Ou seja, por aí já dá pra ver que os caras não brincaram em serviço e entregaram um título caprichado de verdade. Mais um Ponto pra eles.
O capricho nos detalhes é sem dúvidas o ponto mais alto do jogo, dá pra ver como cada pixel no cenário foi trabalhado minuciosamente pra cumprir seu papel compondo o visual, chegando ao ponto de coisas irrelevantes chamarem atenção, como por exemplo o alarme de um carro disparar quando você pula em cima dele.
É bobo? É. Mas me fez soltar um “EITA CARAI” na hora (talvez não tenha sido exatamente essa a expressão, mas a reação foi nesse nível).
Cada “mundo”, digamos assim, representa uma gangue e traz seus personagens com suas próprias características e ambientações, o que torna o jogo visualmente bem dinâmico. Em um momento você está num cenário que lembra Blade Runner, e daqui a pouco já está caçando recompensas no meio de decorações remetendo à China.
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Trilha Sonora
A trilha sonora segue a linha de batidas eletrônicas também inspiradas nos anos 80, como Daft Punk, do filme Tron e semelhantes às de Katana Zero e Hotline Miami (cara, já perdi a conta de quantas vezes citei esse jogo nos meus reviews). É uma trilha forte, bastante impactante que dá uma excelente ambientação ao mundo maluco do jogo. Sem dúvidas é um dos pontos fortes – tão forte que eu nem consigo falar mais nada, só vou deixar que vocês assistam os videos espalhados pelo post e tirem suas próprias conclusões (lembrando que todos são da biblioteca do Switch, que limita a 30 segundos cada vídeo, então não me culpem se acharem muito pequeno).
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História
Como em toda história Cyberpunk, no Século 21 a Terra tá virada num Saci depois de uma guerra devastadora. Mega corporações fornecem emprego e segurança pra quem seguir suas regras, mas quem não seguir tem duas opções: ou se junta a alguma Gangue pra lutar contra o sistema (e também contra outras gangues), ou então se torna um caçador de recompensas e trabalha pra quem pagar mais.
Personagens
E é nessa última categoria que nossos “heróis” se encaixam. Você tem 3 opções de personagens pra escolher, cada um com uma arma de fogo e uma pra arremessar. São eles:
Anna Conda
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A terráquea do grupo. Tem 32 anos, utiliza uma pistola com rapid fire e arremessa um machado. Especialista em armas de fogo e treinada pra matar sem piedade, foi inspirada na soldado Vasquez, do filme Aliens (1986)
John Sawyer
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Um ciborgue de 148 anos, ex-membro das Forças Especiais que usa uma pistola e arremessa um bumerangue. Inspirado em Snake Plissken (do filme “Fuga de Nova York”) e Stallone Cobra (muitas cobras aqui), perdeu tantas partes do seu corpo que já é meio robô. Seu nome faz clara referência ao personagem Tom Sawyer de Mark Twain, que por sua vez também deu nome à música tema da série “Profissão Perigo”, interpretada pela banda Rush. (2 Join também é cultura).
Mow Man
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Um Andróide de Reconhecimento que foi roubado e teve seu sistema hackeado pra implantar um tipo de software banido que o transformou em uma máquina de matar. Tem 7 anos, é originário do Complexo Lunar, usa um treizoitão e arremessa uma rajada de Kunai (aquele trocinho do Naruto), sendo de longe a combinação de armas mais aleatória possível neste jogo. Inspirado em Robocop e Exterminador do Futuro.
Com exceção das armas, os personagens são idênticos na movimentação e habilidades. Os controles são simples: Direcional move (dã), B pula, A troca de arma, Y atira, X arremessa e L dá um dash (se pular e apertar L dá uma voadora que tonteia os inimigos). Basicão em jogos deste estilo.
Gameplay
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Nossa equipe de “heróis” recebe o serviço de uma tal “Wolfmother“, que de início explica um pouco sobre cada gangue que você precisa exterminar (são 5 no total, cada uma com 5 estágios). Além do objetivo principal de cada fase, que é derrotar um bandido procurado, temos também três objetivos secundários:
- Hunter: Matar um determinado número de inimigos (varia a cada fase)
- Collector: Pegar 3 maletas escondidas pela fase
- Survivor: Passar a fase sem morrer.
No início de cada fase é dado um resumo do “currículo” do figurão que temos que caçar e a partir daí é só cair atirando. Bom, talvez não seja “SÓ”, mas a base do jogo é essa.
Digo isso pois há uma boa variedade de inimigos com armas, ataques e esquivas diferentes. Esses inimigos te atacam das mesmas formas que você pode atacar (armas de fogo, melee e arremesso), além de também se esquivarem em entradas de garagem, atrás de barris, caixas, carros e outros obstáculos. Mas como não podia faltar, tem várias armas espalhadas pelas fases pra te ajudar. Elas podem ser de mão (tacos de baseball, de hockey, espadas, pés de cabra e até guitarras), de arremesso (granadas, molotovs) e de fogo (metralhadoras, rifles, espingardas, submetralhadoras, lança-granadas, lança chamas e outras coisas lançantes). Obviamente elas tem munição limitada, então deve-se utilizar com bastante atenção pra não correr o risco de ter que ficar na pistolinha quando estiver de cara com um inimigo mais forte. DETALHE: as armas causam dano tanto aos inimigos quanto a você. Se você jogar uma granada e passar por ela ao explodir, você toma dano, da mesma forma que se um inimigo jogar um molotov e acertar em outro ele também morre. Alguns inimigos um pouco mais fortes chegam te atacando com marretas e até mesmo da forma mais assustadora que pode existir: DOIS CARAS NUMA MOTO.
Quero só ressaltar aqui que inimigos da primeira gangue me lembraram uma mistura dos vilões do primeiro Double Dragon com os de Final Fight. Baixinhos, atarracados e com cabelos coloridos e espetados (bom, estilo Cyberpunk né, não dava pra ser diferente) .
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Multiplayer Local
O modo co-op traz aquilo que todos esperam: diversão, uma bagunça generalizada na tela, tiro porrada e bomba pra todo lado. O mais legal é poder fazer combinações de ataques, como por exemplo, um arremessar uma granada e o outro rebater com o taco de baseball acertando o adversário. Outro ponto interessante é que a quantidade de inimigos e o nível dos chefes não muda, então fica até ligeiramente mais fácil derrotar um chefão tendo duas pessoas atirando (mas também dobra a probabilidade de morrer, é claro). Quando um dos personagens morre, o outro tem 20 segundos pra ressuscitá-lo, e caso não consiga ele fica de fora até o próximo checkpoint (ou chegar no chefão). A parte interessante é que se um consegue se manter vivo é possível completar o objetivo “Survivor“, já citado anteriormente. Ajuda bastante principalmente em uns chefes pé no saco que aparecem lá pro meio do jogo. O que atrapalha é que os tiros não causam dano em seu amiguinho, mas uma granada sim. Um arremesso na hora errada pode causar uma briga em casa e até mesmo te fazer dormir no sofá (esse exemplo pode ter sido baseado ou não em fatos reais).
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Preço
Essa análise foi feita com base na versão de Nintendo Switch, que pode ser adquirida na Eshop. Eu recomendo comprar na Argentina, já que sai por menos de R$ 25,00 (o que convenhamos, não paga uma pizza + entrega) e o código pode ser ativado em qualquer eshop das américas (e ainda garante a quantidade de moedinhas de ouro equivalentes ao valor da eshop onde foi ativado).
Conclusão: Vale MUITO a Pena
Apesar de ter algumas pequenas falhas, Huntdown é um excelente jogo. Os controles são precisos, a ação pode tanto ser frenética (sair atirando pra todo lado) quanto calculada e estratégica (jogo cadenciado, toco y me voy), a dificuldade é honesta (até o nível easy proporciona um bom desafio) e com certeza vai prender o jogador por algumas boas horas (ainda não consegui mensurar o total já que ainda não finalizei, mas no ritmo que tô dá pra notar que a coisa vai longe (sem falar no modo co-op que também garante um bom tempo de diversão e valoriza o replay). Se você é fã desse estilo de jogo, economize no próximo pedido pelo iFood e compre. Com certeza você não vai se arrepender.
E você, o que achou? Deixe seus comentários, e até a próxima!