Colecionando Brinquedos Antigos – Cavaleiros do Zodíaco – Parte II
Fala galera! Beleza? No primeiro texto “Colecionando Brinquedos Antigos – Cavaleiros do Zodíaco” trouxe para vocês um pouco da história de como foi e o tamanho que foi o fenômeno dos Cavaleiros no Brasil, o sucesso comercial da marca, e principalmente o estouro, sem precedentes, que foram a primeira coleção dos maravilhosos bonecos, revolucionários pra época. Nesta segunda parte trago para vocês a minha experiência de como começou minha coleção dos bonecos. Como sempre digo, espero que apreciem! =D
A CHANCE DE COMEÇAR A COLEÇÃO
Como os amigos leitores já sabem, minha coleção maior é videogame. Coleciono videogames antigos desde Fevereiro de 2000. A ascensão na carreira me permitiu investir mais na coleção, buscando aqueles itens que antes eram apenas “sonhos”. Muitos destes jogos que eram minha principal meta como colecionador eram, de fato, sonhos de infância. Porém, como toda criança, não eram só os games que eram o desejo. Antes dos games, o que fazia brilhar os olhos eram certos brinquedos que foram a febre da época, impossíveis e inalcançáveis então. Depois de tantas metas atingidas na coleção de games, de repente aqueles sonhos mais antigos começaram a falar mais alto no peito e na memória…
A REALIZAÇÃO DE UM SONHO DE INFÂNCIA DE MAIS DE 24 ANOS
Em 1994 os brinquedos mais desejados, como já mencionado no primeiro texto desta série, eram os bonecos dos Cavaleiros do Zodíaco. Não somente estes, é claro, mas figuravam o fenômeno do momento. E foi nesta avassaladora onda que me encantei com eles! E eu tinha 06 anos de idade, apenas. Então podem imaginar o impacto que isto trouxe! XD
Em 2015 decidi por vasculhar, procurar, como quem não quer nada, para saber se alguém se lembrava desses bonecos ou se, por golpe de sorte, alguém ainda vendesse. Qual foi minha surpresa ao saber que sim! Mas naquele momento meu foco não eram os Cavaleiros; eu estava focado em adquirir exemplares de uma outra coleção que, é claro, será apresentada num próximo texto nesta série. ;D
Entretanto, parecia que era mesmo o momento do cosmo de Seiya e seus amigos tocarem minha alma e adentrarem de vez minha vida: o vendedor com que estava adquirindo aquele outro item tinha nada menos que 04 dos 05 Cavaleiros de Bronze da coleção Saint Cloth, originais da Bandai, de 1987! Como a nossa negociação foi tranquila e mantivemos contato, ele me ofereceu estes 04 exemplares antes mesmo de anunciá-los no MercadoLivre, e ainda por um precinho bem bacana.
Nem preciso dizer que fechamos negócio na hora, não é?! E eu nem sei descrever direito a sensação que eu tive ao receber a pacote em casa…
ARTEFATOS DE UM SONHO DE MENINO
Podem achar exagero, e talvez até seja, mas esta é a melhor forma que encontrei para descrever a vocês a sensação que senti a hora que abri o pacote e vislumbrei aquelas 04 caixas amarelas. Meu peito esquentou, meu sorriso não cabia na cara, meus olhos brilhavam mais que farol xenon de carro rebaixado… Acho até que um suor másculo correu pela cara na hora. Por um breve momento me imaginei, pequeno, recebendo aqueles brinquedos novos. Os Cavaleiros do Zodíaco. Oficiais, completos, bem conservados!
Com todo o cuidado, vagarosamente, abri a caixa de cada um. Durante a infância eu cheguei a ter 03 bonecos dos Cavaleiros. Todos paralelos, é claro: Seiya, Shiryu e Hyoga. Quais eram estes 04 bonecos? Shiryu, Hyoga, Shun e Ikki. Eu nunca tinha visto um boneco do Shun e um do Ikki antes, nem paraguaio. E eram tão lindos quanto tinha imaginado!
RESTAURAÇÃO E CUIDADOS
Os 04 estavam completos, ou seja, caixas inteiras, todas as peças e manuais. O Shiryu, inclusive, veio com 02 manuais. Mas, à exceção de Shun e Shiryu, os outros 02 precisavam de cuidados. Estavam absolutamente inteiros, sim, mas com as benditas articulações moles. Dos 02, Ikki era o que estava pior, pois além das pernas moles, o tórax e os braços também estavam. Uma lástima. Hyoga estava “só” com as pernas moles.
Depois de revirar o porão de casa (onde ficava meu laboratório secreto entupido de computadores, bateria, manequins e o que sua imaginação mandar) desmontando um rádio velho, peguei umas arruelas de plástico finas, cortei no meio, fazendo um monte de “C”s, e fui colocando na junta dos pés dos bonecos. Com uma lixa eu ia achando o ponto ideal entre firmeza, rigidez e movimento na articulação.
Para as juntas dos braços e tórax, que são “bolinhas”, revesti com insulfilme, ou “filme de cozinha”. Uma camada de cada vez, achando o referido equilíbrio entre movimento e rigidez. Pronto! Rigidez das articulações 100% recuperadas! =D
Agora faltava a questão das peças das armaduras. Estas estavam com marcas de desgaste, especialmente as da armadura de Fênix. Depois de estudar algumas técnicas de pintura e pensando melhor, decidi por mantê-las assim mesmo. As marcas de desgaste dão um charme único as peças, insinuando que o herói já passou por muitos combates. E valorizam ainda mais o visual nas fotos mais trabalhadas.
Porém algo que não dava para manter é completa falta de firmeza ao encaixar as peças da armadura ao boneco. Neste quesito a armadura de Cisne foi o pesadelo da vez. A solução mais simples era colocar o mesmo filme de cozinha no buraco dos encaixes do boneco. E até fiz isso num primeiro momento. Mas não fiquei satisfeito. A melhor solução que encontrei foi pingar uma MICRO gota de cola PVC dentro dos furos de encaixe. Como esta cola tem um aspecto elástico funcionou bem, até, dispendendo um pouco só de trabalho com o acabamento.
Agora sim! Bonecos devidamente restaurados, podiam brilhar e encher a prateleira do armário A da coleção com sua imponente presença! Mas faltava justamente o personagem que dá nome à série… =(
SEIYA DE 2003
Não teve jeito. Não encontrei um puto exemplar sequer de um Seiya de Pégaso que estivesse em condições no mínimo aceitáveis. Ou estava quebrado (de faltar braço ou perna), ou faltando metade da armadura, ou faltando caixa, ou não tinha manual… Os menos piores estavam bastante detonados. E o pior de tudo. Sendo vendidos pelo preço de 02 dos demais. PQP!
Procurando saber mais à respeito, descobri a coleção de 2003. Como citado no primeiro texto desta série, a Bandai relançou a série Saint Cloth em 2003. Excetuando as caixas, o modelo dos bonecos é exatamente o mesmo de 1987, com um ou outra melhoria, como por exemplo um ponto de articulação a mais no pescoço do boneco. Desta coleção, conhecida também como “Long Jump” e por ser uma espécie de prévia ante o lançamento pouco depois da série Cloth Mith, os exemplares já se avolumavam mais em quantidade. E também em conservação.
Então cheguei num exemplar do Seiya em bom estado, completo e, melhor ainda, com bom preço. Quando o pacote chegou em casa, mesma euforia experimentada com os demais bonecos antes! O “novo” boneco é lindo! E estava perfeito! Bom, “estava”, porque aí descobri o defeito mais irritante desta edição de 2003… A pintura de alguns detalhes da armadura soltando nas minhas mãos! PQP!! Bom, não foi muuuuita coisa, mas já deu pra ficar puto por umas horas… XD
MISSÃO CUMPRIDA
Enfim! Agora sim, todos os 05 principais Cavaleiros de Bronze reunidos! Seiya, Shiryu, Hyoga, Shun, Ikki. Pégaso, Dragão, Cisne, Andrômeda, Fênix. Meu sonho de infância estava, finalmente, realizado! Tirei dezenas de fotos dos bonecos, montava os objects, desmontava, montava as armaduras, fazia poses, desmontava tudo, montava de novo, deixava eles retinhos, de pé só, no armário A… Só não saía pela casa brincando e fazendo vozes…* =P
*Nota da Redação
Nós aqui da redação duvidamos muito dessa ultima frase do Glefferson. Conhecendo ele como conhecemos, temos plena certeza de que ele corria sim pela casa e imitava não só as vozes dos cavaleiros, mas também do narrador e todos os sons característicos da série.
Hoje já fazem 02 anos desta conquista. E mesmo assim, todos os dias, quando venho para o quarto da coleção, sempre abro o armário e vislumbro todos os 05 bonecos. Sempre me lembro daquelas manhãs assistindo Cavaleiros na Manchete, o impacto que a cena da sangria do Seiya pelo Shiryu causou em mim na época, do desejo de ter esses bonecos. Tudo ali, representado como artefatos de um sonho de menino.
Todos os 05 bonecos. Ou melhor, todos os 15 bonecos… Até o próximo artigo!