WARCRAFT – O PRIMEIRO ENCONTRO DE DOIS MUNDOS
Deixa-me contar uma coisa pra vocês. Nunca joguei Warcraft na minha vida. Antes que comecem a atirar pedras em mim, saibam que eu sou mais para Diablo mesmo. Falando nisso, estou sonhando por um filme baseado no jogo do chifrudo. Quem sabe um dia, né? MAS, não é de Diablo que estamos falando aqui, então bora lá pra Warcraft.
A história é simples: Existe o mundo dos homens e dos orcs. No segundo, o mundo já está quase que devastado, o que faz com que os monstros, com presas inferiores tão grandes que as forcem a sair de sua cavidade oral, invadam o mundo dos homens em busca de terra e mais poder. Temos nossa história.
Os orcs aqui referenciados são de encher os olhos. Efeitos visuais de alta categoria no desenvolvimento dos orcs, para que estes fossem fiéis aos do game. E a fidelidade mante-se num nível bem alto. Se liga na imagem do orc do jogo:
Agora olha o “orczão” dando um olhar 43 aí. Faltou só o piercing no nariz. Acho que eles resolveram trocar de lugar, e colocar NAS PRESAS do maluco. Uma doidera só.
Maluco, esses bichos são muito grandes. O doido segura um bebê COM UMA MÃO. E tipo, parece que ele está segurando um caderno, saca?
A comunidade dos orcs, principalmente retratada no prólogo, é muito bem desenvolvida. Você de cara já se simpatiza com Durotan e sua família. O filme acaba humanizando-os logo de começo. Achei FODA! Os diferentes tipos de grupos dessa raça e suas habilidades são bem legais, de verdade.
TODAS, eu digo, TODAS as batalhas do filme são de tirar o fôlego. Visualmente muito bem construídas, povoadas por exércitos de ambos os lados, fazem com que as cenas se tornem um espetáculo, principalmente se visto na tela grandona do cinema.
Meus sonhos nerds se concretizaram nesse filme. Embora não tenho jogado Warcraft, guerreiros e orcs em batalhas medievais, permeiam essa cultura por muito tempo, haja visto a grande diversidade de material envolvendo esse tema, como filmes, jogos, RPG’s, quadrinhos, etc.
Assim, digo que Warcraft é um dos poucos filmes que emulam esse sonho de todo nerd, de ver todas essas raças digladiando. Especialmente, pra mim, os magos, minha raça preferida sempre que estou a jogar algum RPG, os magos são criaturas interessantíssimas, dotados de poder e conhecimentos elevados. MANO, O QUE É MAIS LEGAL, você matar um monstro enfiando a espada nele, OU CONJURAR UM FEITIÇO DO FOGO e faze-lo carbonizar até virar pó? Ou ainda, canalizar em suas mãos um poder de gelo, fazendo seu adversário congelar até a morte? OU AINDA MAIS, evocar o poder de trovão, fazendo seus olhos brilharem e de suas mãos emergir eletricidade, aniquilando o inimigo ao primeiro contato do mesmo com seu poder? Ou qualquer hadouken genérico mesmo, já seria foda demais. OLHA SÓ ESSE GIF DA HORA do filme.
E SE LIGA SÓ, TEM ATÉ ORC MAGO NO FILME, BROTHER. Pensa só, um orc gigante, velhão, um dos vilões do filme, todo estiloso e que lança magias ala Shang-Tsung. É foda ou não é?
Outra coisa que me impressionou no filme é a sonoplastia. O som das batalhas, das magias, das vozes dos orcs, das porradas sendo desferidas com AS MARRETAS MEGAFODAS dos orcs, é MUITO LEGAL!
O que me leva a ressaltar 3 pontos aqui:
- A violência empregada nas batalhas É LINDA. O que muito me impressionou, para um filme com censura 12 anos.
- O idioma dos orcs foi realizado de forma muito inventiva e funcionou legal. Nós ouvimos eles falando em inglês (caso veja o filme legendado), mas o que os humanos ouvem é outro tipo diferente de língua. Tem uma cena onde o orc está falando com um humano, e uma híbrida (meio orc meio humana) traduz a conversa de ambos os lados. Assim, quando o humano está em primeiro plano, ouvimos o orc falando na língua deles, e ela traduzindo. Agora quando o orc está em primeiro plano, ouvimos ele falar em inglês e, ao fundo, a híbrida traduzindo numa língua estranha. FICOU SHOW!
- DOOMHAMMER! OLHA ISSO DAÍ MALUCO.
Só te digo uma coisa, você vê essa marretinha ali ao longo das batalhas, colidindo com vários inimigos. Já conseguiu até mentalizar o barulho de ossos desintegrando ao primeiro contato dessa marreta, né?
É MEU AMIGOS, cada marretada dessa no filme, é mais um sorriso no rosto.
O figurino desse filme é outra coisa enlouquecedora. Olha só que foda as armaduras dos humanos.
E os orcs então, É DE CAIR LÁGRIMAS DOS OLHOS.
A Batalha final do filme, em termos visuais, é de tirar o fôlego. Se liga só nessa cena que faz com que qualquer pessoa com bom gosto vá correndo AGORA comprar seu ingresso para o filme.
PORÉM, COMO NEM TUDO SÃO ROSAS, INFELIZMENTE NEM TUDO NO FILME É BOM.
Logo após os créditos iniciais, somos apresentados aos humanos. Aí meus amigos, a coisa complica um pouco. Manja aqueles filmes medievais genéricos, que você nem é introduzido aos personagens, eles simplesmente “brotam” do nada no filme? É bem assim que acontece aqui. De repente, estamos acompanhando o reino, com vários personagens novos. A grande maioria deles não possui arco dramático nem qualquer desenvolvimento. Isso é bem chato, principalmente porque a carga dramática no segundo e terceiro ato do longa, exige que o expectador sinta os impactos causados na raça dos homens. Porém, a forma com que esses personagens são trabalhados no filme, faz com que você nem acabe se importando de verdade.
Posso até citar 2 momentos como exemplo: O primeiro mostra o personagem principal dos humanos, o guerreiro Lothar, na presença de anões. Porém, esses anões nem aparecem depois no filme. Você não entende o motivo deles estarem ali, qual a interação deles com os humanos. Outro exemplo é um jovem mago (Khadgar) que, por algum motivo foi enviado a um templo de magos e depois está nessa cidade para ser O Guardião. Não nos é explicado nada sobre esse Guardião. Por que a cidade possui um? Por que ele é cotado para ser o guardião? Qual a relação dele com os personagens do reino? Como ele foi parar ali? Enfim…
Essa falta de desenvolvimento acontece também no mundo dos orcs. As reais motivações para que haja complô entre eles não são bem explanadas. A divisão de sub-raças, os amigos, inimigos, os rivais – que sofrem muitas mudanças ao longo do filme – nunca ficam claros para o expectador. Isso acaba prejudicando e muito o filme. Você tem um mundo repleto de seres diferentes, com guerras e batalhas visualmente maravilhosas, mas falta profundidade a tudo aquilo que está sendo mostrado.
Enfim pessoas, eu realmente gostaria de vir aqui é te dizer que Warcraft conseguiu realizar o que há muito queríamos, finalmente ter um filme perfeito baseado em um game. Acho que ainda não chegamos lá, mas certamente Warcraft é um GRANDE passo essa trajetória.
Com um baita trabalho artístico, sonoro e visual, Warcraft – O Primeiro Encontro de Dois Mundos encanta pela beleza, pelas guerras e pelos seres que habitam o longa. É um filme que certamente vai te divertir e vale a pena você assistir, especialmente se for numa tela grande com um sistema de som maneiro. Pena que em meio a tanta beleza, falte a nossa empatia perante a todo o restante do filme.