Os Jogos Estão Caros

Eu não sei em que momento, de magnifica criatividade, eu decidi que os posts da coluna Corre que o Visio tá Puto seriam lançados na porra da segunda feira! É um diazinho desgraçado pra se assumir qualquer tipo de compromisso. Táporra!

Ontem fui no mercado e decidi que eu precisava saber quanto estava custando um Kinder Ovo. “Ah, mentira sua Visio, ontem era domingo, nem tem mercado aberto”. Só se for nesse cú do Judas que você mora aí, por que aqui os caras trabalham sem parar. E olha que é cidade pequena saporra! A escala deles é 365 por 1 e o folguista deles é o cantor Roberto Carlos. Quando ele trabalha, aí sim o mercado fecha. Sabem quanto está custando um maldito Kinder Ovo hoje? R$ 7,00! SETE REAIS! Foi o melhor preço que encontrei! Sete Malditos Reais para levar uma casquinha de chocolate, mais fina que a voz do Pablo Vittar. É de deixar o cara puto, igual o Pablo Vittar também te deixa! Saporra não custava R$ 1,00 pow!? Como foi ficar 7 vezes mais caro!? Vejo um monte de reportagem falando da gasolina, mas nenhuma falando do preço do Kinder Ovo!

Visio, não viaja, que merda de artigo é esse?

Esse artigo é pra mostrar pra você, sua mula de tetas, que tudo é caro desde que se inventou o desgraçado do dinheiro.

Um Vídeo Game sem jogos!

Não, não vamos falar do Nintendo Switch. Nem do PsVita. Não não. Nem do Xboxonexvsstreetfighter. Vamos falar da Tecpix de um tempo onde os jogos estavam passando por uma das maiores evoluções que a indústria gamer já presenciou: 2D para o 3D. Lá por volta de 1996, quando ocorreu o lançamento do poderoso Nintendo 64. Vou contar um pouco da minha história com esse querido e amado Vídeo Game, então aproveita minha boa vontade, fica quieto aí e leia com atenção. Vai ter prova surpresa sobre o tema.

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Eu morava em Joinville, uma molhada cidade lá de Santa Catarina, onde vive um povo que fala rápido e é confundido com os gaúchos, mas não é pelo motivo que você está pensando não. Tinha meus 11 anos. Agora você já sabe até minha idade. Não sabe? Faça os cálculos seu folgado. Quer tudo de mão beijada. Aqui não! Continuando, eu tinha 11 anos e mensalmente eu e meu avô materno íamos para o centro da cidade onde ele recebia a aposentaria dele. Era sempre um dia especial, pois sempre acontecia algo. Às vezes a gente lanchava. Às vezes eu ganhava algum boneco comprado no camelódromo da cidade. Às vezes era só ir e voltar, mas no ônibus sempre tinha alguma coisa para nos fazer rir. Foi numa dessas oportunidades que eu tive uma visão magnifica de um filme do Super Mario passando em uma TV da vitrine de uma famosa loja local. Tínhamos acabo de descer do ônibus e na saída me deparei com essa filme. Foi incrível. Parei na hora. Meu avô continuou andando. Sim ele era desligado. Mas logo ele percebeu que eu não estava mais caminhando ao lado dele e então ele retornou. O que ele vislumbrou quando me encontrou foi uma criança com os olhos brilhando, vidrado, assistindo com um sorriso pacífico no rosto. Era eu. Esse menino lindo. Euzinho. Esse moleque ousado. Olhando algo que nunca poderíamos comprar e eu nem sabia o que era.

Meu vô me pegou pelo braço, mas aposto que antes disso ele me chamou pra ir pelo menos umas 5 vezes. Sim eu era e sou desligado. Fomos pro interior da loja pra saber o que era aquilo. Eu sabia que era o Mario. Disso eu tinha certeza, mas minhas certezas terminavam por aí. Entramos e do lado de dentro da loja outra TV com o filme do Mario. Fiquei ali, olhando, agora com som. O Mario falando, como que me convidando para participar de uma festa. Juro que se fosse o Michael Jackson ali na tela eu teria fugido, pois parecia obsceno de tão incrível que era o Mario aparecer do nada na tela e falar comigo. Quase tive uma paudurência aos 11 anos de idade dentro de uma loja de eletrodomésticos. Talvez até tenha tido. Não me lembro. Só sei que fiquei hipnotizado. Meu avô foi atendido na loja e o vendedor explicava que não se tratava de um filme, mas sim de um novo Vídeo Game da Nintendo. Nessa hora eu tenho certeza que a paudurência estava presente. Como assim um novo Vídeo Game? Eu ainda tinha um Geniecom em casa e um Mega Drive na casa do meu pai com meus irmãos.

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Do nada um trambolho foi me entregue e o vendedor falou: “Pode jogar. Fique a vontade.” Que grande filhodaputa esse vendedor era! Qual a possibilidade de levarmos um vídeo game daqueles para casa? Estávamos de ônibus. Que nem era nosso, só pra constar. Fora isso tinha a questão do preço. Era muito caro. Até eu que não tinha dinheiro sabia disso. Estava caro demais e não iríamos levar. Mas eu fiquei segurando o controle. Que controle lindo (criança mente demais)! Eu fiquei com medo e não sabia o que apertar, então só fiquei segurando aquele controle lindo (criança mente pra caraleo). Minutos depois meu avô me perguntou se eu havia gostado. Eu falei que era incrível e que o controle era lindo (preciso repetir?). Na sequencia, após assinar vários papéis onde ele vendia a alma pra loja, meu avô me trouxe a caixa de vídeo game e me entregou. Paudurencia again! Os olhos marejados… como esquecer? Eu não acreditava naquilo. Era demais pra mim. Eu havia ganhando um Nintendo 64 na época do lançamento!

Primeira decepção

Fomos de ônibus pra casa. Ou era uma nuvem voadora? Eu não faço ideia! Mas chegamos em casa. Sorriso no rosto. Coração a mil por hora. Eu precisava ligar aquele vídeo game o quanto antes e foi exatamente o que eu fiz. Enquanto meu vô explicava a situação para a minha vó, que teria feito igual, eu instalava o N64 na tv da sala. Eis que surge o primeiro problema que se passou assim na minha mente:

Cadê o jogo?

Não tem jogo.

Como não!?

Você acabou de ganhar um Nintendo 64, vai reclamar que não tem jogo?

Lógico que não, mas o que eu faço agora?

O de sempre: Implora por um jogo

Então eu percebi que não poderia fazer isso. Eu não conseguiria. Instalei o vídeo game e agradeci pra caraleo meu vô e minha vó. Procurei algo pra comer. Eles notaram que havia algo estranho, afinal, era para eu estar jogando. Até que meu vô me perguntou se havia acontecido algo. Falei que não. Ele insistiu e aí eu chorei: “Não tem jogo.”

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E assim começamos uma busca por jogos pra comprar. Não demorou muito e encontramos, mas o preço era inadmissível! Não iríamos comprar jogos para o N64 e isso ficou bem claro logo na primeira loja, que também era uma locadora de games. Para comprar um jogo você precisava desembolsar R$ 150,00. Isso era tanto dinheiro na época que 1 litro de gasolina custava apenas R$ 0,55. Um salário mínimo na época era de R$ 64,79. Isso mesmo! Comprar um jogo custava quase 3 salários! Mas a solução estava ali, bem na nossa cara: Alugar

Alugando jogos

O primeiro jogo que aluguei foi Star Fox 64. Foi o primeiro game que eu joguei no meu Nintendo 64, sendo que joguei ele com chuviscos na tela, sabem aquela situação de mau contato? Acontece que eu não pressionei muito os cabos na parte traseira do console com medo de estragar. Medo é foda. Se quebra aquela porra eu jamais teria outro igual. Medo pra caraleo. Na semana seguinte eu fui procurar o motivo desse mau contato e consegui deixar a tela limpa. Coisa mais linda. Era demais. Eu aluguei muitos jogos. Eu não tinha um jogo de Nintendo 64 sequer, tudo o que eu joguei era alugado e joguei de tudo o que vocês podem imaginar. Pra ser sincero foi a melhor escolha que fizemos na época. Se eu comprasse um jogo, seria o único e nunca mais. Então alugar era a alternativa mais viável e a que mais me oferecia opções. Anos depois eu comprei, com o meu dinheiro, um Super Mario 64 falsificado. Não salvava.

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Teve uma vez que eu e o @Lex estávamos jogando Mario 64 desde a hora que havíamos acordado, tentando pegar todas as 120 estrelas do jogo. Tinha que ser tudo numa jogada só, pois o jogo não salvava. Anoiteceu e continuávamos jogando. Meu avô chegou bêbado em casa. Tranquei a porta do quarto, pois ele ficava chato quando bebia demais e iria atrapalhar nossa jogatina. Ele veio até a porta do quarto, tentou abrir. Rimos um monte. Ele chamava o Lex, a gente rindo igual dois retardados. Ele pensou que estava sendo divertido… tão divertido que resolveu brincar pra valer. Ele foi até o disjuntor. Sim. Ele foi. Quando ele desligou o disjuntor eu quase tive um infarte! Porra! Perdemos tudo! Já era. Nunca mais conseguiria pegar 120 estrelas no Mario 64. Desgraça!

Nos dias atuais

Hoje eu me permito comprar jogos, não tanto quanto eu gostaria, afinal eles ainda continuam caros e aqui não vamos falar se o jogo da Nintendo é mais caro que o jogo da Sony (todo mundo sabe que é hahahaha zoeira… mas é sim). Os jogos estão cada vez mais ocupando espaço mundo a fora e jogar sempre fará parte da minha vida, mesmo que os games virem um monte de bosta cinematográfica, que se foda, eu sempre terei meus vídeo games retrô pra jogar e me divertir. Ser seletivo é importante nessa época atual.

Analise a quantidade de oferta de jogos que temos hoje em dia! É gigantesca! Nenhuma pessoa normal consegue se manter 100% atualizado nesse mercado e nem é por falta de dinheiro. É falta de tempo mesmo. Se você jogar por jogar, no easy, só pra dizer que jogou, ok, mas isso é besta demais. Se você quiser aproveitar o jogo, então ferrou, não tem como jogar de tudo não. Ser seletivo é o segredo para jogar o que você realmente curte e ainda assim não declarar falência.

Eu costumo escolher bem os jogos que vou comprar. Estou com Monster Hunter de PS4 no topo da minha lista de desejos atualmente, mas eu estou jogando Zelda no Nintendo Switch e comprei Stardew Valley. Errei, admito. Zelda é um jogo desgraçado de bom, mas eu não consigo jogar o jogo pensando em zerar. Eu até tento, mas basta 5 minutos para que eu esteja completamente fora de rota, fazendo o que eu não imaginava que estaria fazendo, lutando com algum gigante qualquer, caçando, sei lá, a princesa que se foda. Daí o retardado vai lá e compra Stardew Valley que é um fudendo Harvest Moon mil vezes melhor e maior. Porra! Hoje eu vi Monster Hunter World or R$ 100,00 pra comprar e não comprei. Nem vou. Não vou ter tempo de jogar. Primeiro eu tenho que terminar o Zelda e pra isso acontecer eu preciso de TERAPIA!

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Hoje em dia a galera usa a internet pra reclamar. Reclamam de tudo, de todos, de cada coisa. A moda é reclamar. Se você puder reclamar, então faça. Se conter pra que? Fale o que você pensa. Vamos encher a internet de reclamações. Logo vai ter que sumir o reclame aqui, por que os caras até tentaram criar um lugar só pra reclamar e, mesmo sendo um sucesso, não é o bastante. NÃO BASTA. A galera precisa reclamar até em post de declaração de amor. Sempre aparece alguém pra reclamar. Se ninguém reclamar desse artigo é pelo simples fato de que ninguém se importou com ele. Eu criei uma coluna no site só pra reclamar. Reclame também. Vamos reclamar. É moda. Faz bem. É de graça. Não enferruja. Não tranca nem solta seu intestino e é totalmente acessível.

Só tem um porém: No meio dessa reclamação toda você precisa identificar o que é reclamação embasada e o que é reclamação só pra causar. Pra isso você precisa entender do assunto em questão. Então leia, filhodumaégua! Leia e se informe. Assim você consegue desviar desse monte de bosta e ainda tira proveito de algumas reclamações informativas. Mudar eles não vão, então vamos nos adaptar antes que a gente pire aqui nesse mundo das internês.

Visio

Criador da marca 2join, ama os games!