One Strike – Nintendo Switch
Eu adoro jogos de luta, sempre gostei, desde a época do glorioso Atari, onde eu passava várias tardes jogando BOXE da Activision. Um jogo simples, que num primeiro momento pareciam duas aranhas num quadrado, mas logo após a primeira porrada certeira no pau do ranho do adversário você já conseguia entender que o jogo tinha uma visão aérea de um ring de Boxe. Hoje em dia eu alterno minha jogatina com muito Street Fighter 5 e, por incrível que pareça, Garou no Nintendo Switch. Porém, um jogo acaba de ganhar espaço nessa situação. Vou apresentar para vocês um game que me surpreendeu positivamente. Estou falando do jogo One Strike, que foi lançado hoje para Nintendo Switch.
One Strike
Poucos jogos possuem o dom de serem totalmente descritos no título do jogo e One Strike é um desses jogos. Recebemos o jogo direto do produtor do game, um Brasileiro igual você e eu, só que muito mais esperto e produtivo, que trabalhou duro até conseguir lançar seu game, primeiramente na plataforma digital Steam e, agora, digno de elogios, lançou o jogo para Nintendo Switch. Mesmo com a paralisação dos caminhoneiros? Mesmo com a paralisação. Tem gente que trabalha mesmo, não fica arrumando desculpa não! O jogo foi produzido pelo Danilo, da Retro Reactor. Gravem bem esse nome, podemos ouvir falar muito dessa figura aí.
One Strike é um fighting game único, que apresenta um estilo ousado de combate, arriscando não agradar logo no primeiro minuto, para surpreender assim que se entende a profundidade da proposta do jogo. Com um golpe certeiro você define a partida. Apenas um acerto e seu personagem vence, assim como com apenas um golpe você perde a partida. Só isso. Simples né? Nem tanto. O que a Retro Reactor apresentou nesse jogo é uma mistura de diversas mecânicas que fazem com que o game seja altamente técnico.
As Mecânicas
Em One Strike você tem 6 personagens à sua disposição. Cada personagem possui um conjunto de características que o torna único. O armamento utilizado pelo personagem é sempre fixo, você já escolhe ele com a arma em que ele é especialista e vai pra luta. É aí que a coisa começa a ficar interessante. Primeiro pelo fato de que você precisa conhecer muito bem seu personagem, pois possuem vantagens e limitações bem distintas. Se você não souber usar isso a seu favor perderá muitas lutas e passará raiva demais. Por isso selecione a dificuldade de acordo com seu conhecimento prévio no game. Comece no modo mais fácil e você entenderá o motivo.
Ele é justo com você e, a cada erro, você sente que pode melhorar e se superar.
Durante a luta, de frente com seu adversário, você está a um golpe de distancia tanto da derrota quanto da vitória. Você precisa conhecer bem seu adversário, pois do contrário você pode se meter em uma situação onde seu personagem estará em grande desvantagem, quase garantindo sua derrota. Você se movimenta com o analógico esquerdo, horizontalmente, estudando os movimentos do seu inimigo, mas você também pode usar o dash SE o seu personagem conter esse movimento nas habilidades dele. Dash para frente e dash para trás. Botão de defesa e botão de ataque que é ativado ao ser pressionado duas vezes, pois na primeira vez você se prepara para o ataque e na segunda você executa. Esse movimento de ataque pode durar milésimos de segundo, desde a preparação até a execução do golpe, mas também pode ser apenas usado para que seu inimigo ative a defesa e quando a defesa baixar, aí sim, você corta ele ao meio!
Por vezes você passa alguns segundos testando os nervos do adversário, para ver se ele terá uma investida assim que você entrar no alcance dele. Você usa dash pra frente, dash pra trás, anda um pouco, dash pra frente de novo, dash de novo, chega perto do adversário que já preparou o ataque, mas antes de ele desferir o golpe você usa o dash para trás, usando novamente o dash para frente assim que ele termina de executar o golpe e você desfere toda sua fúria, mas ele consegue se defender. Agora frente a frente vocês precisam decidir se atacam, se recuam ou apenas usam a defesa, tudo isso em milésimos de segundos e quando o aço gelado da espada atravessa seu peito, você percebe imediatamente onde errou e quer sua revange. Essa é a maior sacada do game. Ele é justo com você e, a cada erro, você sente que pode melhorar e se superar.
Multiplayer
É aqui que o jogo brilha! Por mais que ele possua diversos modos de jogo para 1 player, com vários níveis de dificuldade, é no multiplayer que o pau come de verdade! Rapaz! Precisa realmente de muita habilidade, que se adquire rápido devido a simplicidade dos comandos e isso faz com que, em poucos minutos, todos que estão participando da jogatina estejam num nível muito aproximado de habilidade, se diferenciando apenas nos reflexos e tomadas de decisões corretas. Jogar One Strike no modo VS é o jeito certo de jogar One Strike.
Sabe aquele seu amigo que sempre joga contra você e já se declarou seu rival? Pegue esse cara e jogue One Strike por 30 minutos com ele. Pronto. Vocês acabam de encontrar mais um jogo para tirar uns contras! É simples e direto, não tem enrolação, é matar ou morrer e a revange acontece na hora, sem tempo de lamentar o erro, é só xingar rapidinho e vai de novo e de novo e de novo e de novo e de novo e de novo e de novo. Sem exagero algum, o jogo é viciante.
Aparência
O jogo não é nada feio, ele só é simples. Apesar de possuir algumas artes lindas na tela de seleção de personagens, na maior parte do tempo você vai encontrar um monte de pixels muito bem coloridos, com sombreados definindo formas e fim. Simplicidade para não distrair. Em minutos você nem presta mais atenção aos gráficos retrô do jogo, mas eles estão ali, fazendo seu papel de maneira plena, deixando com que seu cérebro fique mais e mais focado no momento. Lógico que não faltou capricho, os cenários são lindos demais, só que o produtor claramente não apostou em qualidade visual para prender os jogadores. Eu apoio demais a ideia, adorei o caminho escolhido pela Retro Reactor e acredito que a arte está plenamente de acordo com a velocidade e habilidade que o jogo exige do jogador.
Conclusão
A falta de modo online ainda é realmente uma falta. É triste saber que seria ótimo desafiar jogadores do mundo inteiro nesse game único, quem sabe futuramente uma atualização resolva isso. É o único adendo negativo que tenho a respeito de One Strike. Foi uma grata surpresa receber o game para testar, mais eu fiquei ainda mais surpreso com a qualidade do mesmo. Não esperava nada perto disso ao jogar os minutos iniciais do game. Esse é o tipo de jogo que você dá uma chance pra ele e ele te surpreende por muito e muito tempo. O jogo casa muito com a proposta do Switch, toda a facilidade de jogar em qualquer lugar com amigos, desafiando os mesmos e testando os reflexos mundo à fora. Jogue One Strike, você não vai se arrepender.
Opinião Lexmf
One Strike é um jogo único (pelo menos pra mim). Com a mecânica de HIT KILL, qualquer movimento errado pode acabar com o seu jogo de uma vez, adicionando uma dose de tensão em todas as partidas que deixa o game mais interessante. Joguei no modo arcade, nas suas 3 dificuldades e é interessante como, mesmo tendo poucos comandos, o jogo te força a criar estratégias de dash, feint, posicionamento, parry como qualquer jogo de luta conceituado.
Com uma curva de aprendizado muito boa, você se vê fazendo jogadas e partidas bem emocionantes em pouco tempo de jogo. A diversidade de personagens e modos de jogo entre eles vai fazer com que todo player tenha pelo menos um personagem preferido, seja por se adaptar melhor ao gameplay do personagem ou simplesmente pelo estilo (o Battoujutsu do Soujirou é animal, a animação é muito foda!).
Mesmo assim, creio que o jogo seja mais bem aproveitado no Multiplayer (como qualquer jogo de luta) e infelizmente não temos um modo online em ONE STRIKE. Isso não é o fim do mundo, você ainda pode jogar local, mas às vezes não se tem ninguém perto pra jogar, e isso me fez falta (forever alone). Consegui jogar umas 2 ou 3 partidas com colegas de trabalho, mas como você aprende a jogar muito rápido e era a primeira vez deles, eu estava acima do nível deles e ficou um pouco fácil. Talvez, com mais algumas partidas, isso se resolvesse, mas não pude ficar pra conferir.
Eu recomendo o game por que achei bem legal e divertido. Como o switch é portátil, é fácil você sacar (olha o trocadilho) e jogar umas partidas rápidas com um amigo. Cada partida dura menos de 10 segundos, e isso é muito bom e te da uma impressão de que o jogo foi feito pro Switch, pois é console onde ele vai ser mais bem aproveitado. Com uma direção de arte muito boa, SFX bem gostoso de ouvir, comandos responsivos e uma jogabilidade excelente, ONE STRIKE é um ótimo jogo pra quem quer experimentar algo novo e dinâmico.