Moving Out – 2 Join Review

Seguindo a linha de “Jogos-bagunça”, Moving Out chegou pra avacalhar com as empresas de transporte e mudanças. Venha ver o que achamos do jogo.

Recentemente houve um aumento considerável no número de jogos da categoria “zoeira absoluta“. Seja com uma dinâmica de bagunça generalizada (como Overcooked) ou de ser o mais escroto possível e azucrinar todo mundo (como o jogo do Ganso), esse estilo está sendo cada vez mais explorado e aceito pela comunidade, que parece estar fugindo um pouco das fórmulas que tanto fizeram sucesso. Nesse caso temos que agradecer aos desenvolvedores independentes, que trazem novidades para um ramo que por anos andou bastante saturado de jogos parecidos.

Honk!

Desenvolvido pela DevM Games e SMG Studio e distribuído para Switch, Steam, PS4 e Xbox pela Team 17 (de Worms, Yooka-Laylee e o próprio Overcooked), Moving Out é mais uma opção nessa linha de jogos que são focados em simplesmente divertir através de um gameplay nonsense. Dessa vez você é o novo funcionário de uma empresa de transportes e mudanças, e deve “aprender” a trabalhar conforme as regras da firma. Só que essas regras são: bote tudo no caminhão dentro do tempo definido, mas não se preocupe se está inteiro ou quebrado, afinal “o cliente assinou um termo de responsabilidade”, conforme informado em uma das telas de loading.

A zoeira já começa no tutorial

Visual

Moving Out é muito bem trabalhado em um estilo cartunesco, justamente pra potencializar a bagunça e valorizar as expressões dos personagens. Como não podia deixar de ser, o desempenho também é diretamente afetado pelo estilo visual, então mesmo que muita coisa aconteça ao mesmo tempo (e acredite, é assim o tempo todo), o jogo não apresenta queda de frames ou travamentos. E convenhamos, pra um jogo tão dinâmico seria terrível se os comandos fossem atrapalhados por um travamento inesperado.

Cada fase possui um layout diferente e seus próprios obstáculos

Trilha sonora

A trilha de Moving Out pode até passar despercebida, mas está lá, firme e forte. Utilizando batidas eletrônicas, baixos marcantes e sintetizadores no melhor estilo Anos 80 ela se repete em algumas fases, porém sem se tornar enjoativa com isso. Pra ser sincero, eu tive que parar e ouvir os vídeos que estão aqui no post pra poder tirar alguma conclusão, já que durante o jogo é tanta gente berrando que não dá pra ouvir nada.

Gameplay

Moving Out se baseia no caos completo. Arranque os eletrodomésticos da tomada, quebre janelas, arrebente portas, destrua o quintal, derrube a cerca. Tudo é válido desde que você consiga levar o objeto até o caminhão e completar a mudança dentro do tempo estipulado. Tudo é feito pra arrancar o maior número de risadas possível, de tão absurdo que é fazer o que é preciso pra atingir o objetivo.

Apertando X dá pra ver quais os itens que precisam ser carregados. No modo multiplayer os itens maiores precisam de pelo menos duas pessoas.
Nem o deslocamento pelo mapa escapa da bagunça

Modos de jogo

Moving Out pode ser jogado localmente em até 4 pessoas (sem online, infelizmente), variando um pouco a quantidade de objetos que precisam ser transportados e a forma de movê-los. Com apenas um jogador é possível arrastar móveis maiores, mas jogando em dois você precisa da ajuda de alguém, além de que quanto mais gente carregando, mais rápido pra levar. Em dois ou mais é possível até arremessar itens grandes, o que agiliza a logística da coisa.

Jogando sozinho tem menos objetos pra carregar e é mais fácil arrastar os móveis maiores

O multiplayer inclusive é a forma mais recomendada de se jogar. É uma bagunça tão grande que parece até jogo de futebol de criança na escola: todo mundo correndo feito doido sem nem saber direito o que está acontecendo. E o bacana é que com mais jogadores dá pra montar estratégias diferentes, como por exemplo dois ficarem arremessando os itens enquanto outros dois vão arrumando espaço e colocando dentro do baú do caminhão. Mas na maioria das vezes é um Deus nos acuda e todo mundo correndo pra lá e pra cá e trombando.

A fase da fazenda é o caos, a bicharada fica fugindo o tempo todo

Apesar de Moving Out ser focado em fazer rir, é jogando com os amigos que ocorre com frequência um efeito colateral de toda essa bagunça: As brigas. A pressão pra conseguir colocar os móveis no caminhão no tempo definido é tanta que a falta de ajuda pra carregar uma geladeira pode até fazer com que testamentos sejam alterados. Se você achava que Mario Party destruía amizades, saiba que ele tem um rival à altura.

Tente entender o que está acontecendo aqui
Além do tempo, algumas fases também tem obstáculos pra atrapalhar o carregamento da mudança

Personagens

Cada vez que você conclui uma mudança são liberados novos estágios (mais de 50 no total) e também objetivos secundários das fases. Esses objetivos podem ser desde fazer a mudança sem quebrar janelas, como carregar o mascote junto no caminhão ou não deixar nenhuma encomenda quebrar. Eles variam conforme o estágio e ajudam a desbloquear novos personagens e estilos.

Imagem mostrando os objetivos bônus da fase "Casa da Holly" de Moving Out
Imagem mostrando os objetivos bônus da fase "Palácio de Pepperoni" de Moving Out

É possível escolher e customizar seu personagem da maneira mais bizarra possível. De humanos a répteis, torradeiras e plantas humanóides, você pode personalizar seu personagem colocando chapéus que incluem até um peixe. Tudo em prol da zoeira, afinal quanto mais, melhor.

Uma das coisas que me deixou surpreso foi que é possível jogar com o personagem usando cadeira de rodas sem que isso afete em nada a mobilidade no jogo. Achei um detalhe simples, mas que foi uma baita sacada de representatividade. Confesso que não estava esperando algo assim.

E falando em acessibilidade, o jogo ainda possui um “assist mode“, que facilita a vida de quem tem algum tipo de dificuldade visual, motora ou simplesmente não consegue passar as fases. O trailer abaixo explica os detalhes de como funciona esse modo:

Humor de qualidade

Como já dito anteriormente, um dos pontos fortes do jogo é o humor. As telas de loading são cheias de piadinhas, trocadilhos e referências, assim como o início e o fim de cada missão. Pra alegria de muitos, Moving Out é todo legendado em português, então dá pra sacar as piadas mesmo que não manje de outra língua.

Imagem contendo o diploma de Técnico de Realocação e Arrumação de Móveis (Sigla FART, em inglês)
É trocadilho o tempo todo
Os diálogos no início e fim de cada fase são bastante criativos

Veredicto

É muito fácil de tirar a dúvida sobre a qualidade de Moving Out: só baixar a demo disponível na Eshop. Com três níveis distintos já dá pra ter uma boa ideia se o jogo é pra você ou não, e caso seja, por módicos R$ 25,00 você adquire ele completo com todos os mais de 50 estágios na Eshop Argentina, que é onde o preço está mais baixo. Também está disponível a DLC Empregados do mês“, onde você “contrata” mais quatro personagens de currículo invejável pra trabalhar na sua empresa. Infelizmente essa DLC não está disponível na Eshop Brasileira nem na Argentina, então pode ser adquirida na Canadense por pouco mais de três dólares.

Vale lembrar também que a análise é focada na versão de Nintendo Switch, mas o jogo e suas DLCs estão disponíveis também para Steam, PS4 e Xbox.

Aproveito pra deixar aqui minha humilde sugestão: se você só joga single player, fique com a versão demo, já que a diversão mesmo está em jogar com mais alguém. Inclusive eu espero ansiosamente o fim dessa maldita pandemia, assim poderemos fazer uma tarde de caos junto com o pessoal aqui do 2join e compartilhar com vocês ao vivo no nosso canal do Youtube.

E você, curte esse estilo de jogo? Se interessou por Moving Out? Deixe seu comentário!

Fmrbass

Fã de Zelda e adepto da Nintendo desde que se conhece por gente. Fora um Atari e um Mega Drive, todos os seus outros consoles foram Nintendo. Nunca teve um Playstation ou Xbox (e nem pretende ter), já que nunca viu motivo pra isso.