Dossiê: Monolith Soft
Desde o final do ano passado (agosto de 2017 para ser exato) a Monolith Soft, produtora que pertence a Nintendo desde 2007, divulgou em seu site vagas para diversas funções em um vindouro novo projeto. Pouco sabemos sobre ele, porém, recentemente um “insider” vazou algumas informações que podem ser reais. Então, resolvi reunir as informações sobre a Monolith Soft, desde sua origem, sua era Namco e agora na Nintendo e assim tentar esboçar o que pode ser o novo misterioso game do estúdio que chegará aos consoles da Big N.
Monolith Soft: A Origem
Tetsuya Takahashi, junto com sua esposa Kaori Tanaka, trabalharam na Square com a produção de vários games, incluindo jogos da franquia Final Fantasy. Desenvolveram seu próprio projeto, Xenogears (PSone – 1998) que é um baita game diga-se de passagem…, mas após o lançamento do mesmo, a Square acabou priorizando os próprios projetos dela, deixando Takahashi e seu game de lado. Insatisfeito, Takahashi e Tanaka conversam com Hirohide Sugiura, outro desenvolvedor da Square que também estava insatisfeito pela falta de liberdade criativa, e decidem criar sua própria empresa, saindo assim da Square. Em outubro de 1999, a Namco ficou interessada em investir no projeto e assim nascia uma empresa sendo subsidiária da Namco, a Monolith Soft, que ficaria encarregada apenas de desenvolver jogos.
Monolith Soft: Namco
Na Namco, o primeiro game produzido pela Monolith Soft já como um estúdio foi Xenosaga Episode I: Der Wille zur Macht em 2002 para PlayStation 2. Sucessor espiritual de Xenogears, Xenosaga teve o roteiro produzido por Takahashi e Tanaka, inicialmente a série teria 6 jogos, mas no final foi somente 3 jogos produzidos. Em 2003, a Monolith foi responsável por produzir (com auxilio da tri-Crescendo) Baten Kaitos: Eternal Wings and the Lost Ocean para o Nintendo GameCube. A partir dai a equipe da Monolith se dividiu em duas equipes: uma para trabalhar com a série Xenosaga e outra para a série Baten Kaitos.
Em 2004, foram produzidos os games Xenosaga Episode II: Jenseits von Gut und Böse (PS2), o segundo capítulo da série, e também o game Xenosaga: Pied Piper, um spin-off que foi lançado para Vodafone e i-mode (2006) apenas no Japão. Em Pied Piper, a Monolith trabalhou em conjunto com a Namco Mobile e Tom Create. No ano seguinte, 2005, a Monolith produziu o crossover Namco x Capcom (PS2), um rpg de estratégia.
Em 2006, seria o ano dos últimos games produzidos pela Monolith enquanto ela ainda pertencia a Namco. Em janeiro, a Monolith auxiliou a produção da Square no game Dirge of Cerberus: Final Fantasy 7 (PS2), um spin-off de Final Fantasy 7, o jogo misturava rpg com elementos de tiro e não foi bem recebido. Em fevereiro daquele ano, com auxilio da tri-Crescendo no desenvolvimento, chegava Baten Kaitos Origins (GameCube) um prequel do primeiro game. Um terceiro game tinha sido planejado, mas foi cancelado quando a Bandai se fundiu com a Namco. Em março de 2006, a Monolith produziu junto com a Tom Create, seu primeiro game em um console portátil, Xenosaga I & II (DS) era um remake dos dois primeiros games da série com alguns elementos acrescentados que foram cortados dos originais. Em agosto de 2006, chegava a conclusão da série Xenosaga no PS2, Xenosaga Episode III: Also Sprach Zarathustra foi lançado e só receberia mais jogos da série se as vendas fossem satisfatórias, o que não ocorreu.
Com a aposentadoria de Masaya Nakamura (1925 – 2017), fundador da Namco e um dos apoiadores da Monolith, e a recente fusão com a Bandai, o relacionamento da Monolith com a Namco estava chegando ao seu limite. Desenvolvedores da Monolith já não se sentiam mais a vontade, alegando falta de liberdade e a própria Bandai Namco não iria arriscar com a Monolith, após baixas vendas das séries Xenosaga e Baten Kaitos. A Nintendo acompanhando de perto o caso, através de Shinji Hatano, um diretor executivo da Big N, e fez uma proposta para a Monolith que era de continuar a produzir projetos inovadores com total liberdade criativa. A Monolith aceitou, rompendo assim com a Bandai Namco e a partir de abril de 2007, a Monolith Soft era comprada oficialmente pela Nintendo, se tornando assim uma subsidiária da mesma. Vale lembrar que a compra da Nintendo em 2007 foi de “apenas” 80% da Monolith, sendo que 16% ficou com a Bandai Namco (sendo apenas uma parceira de desenvolvimento) e o restante divididos entre Tetsuya Takahashi, Hirohide Sugiura e Yasuyuki Honne, fundadores da Monolith.
Monolith Soft: Nintendo
A estreia da Monolith Soft na Nintendo foi em 2008. Em fevereiro daquele ano foi lançado Soma Bringer, uma ip exclusiva da Nintendo para o Nintendo DS. O game era um rpg que o jogador poderia controlar até 8 personagens principais. Takahashi foi o produtor principal e sua esposa Tanaka a roteirista.
Em maio de 2008, é lançado pela Bandai Namco e Atlus o game Super Robot Taisen OG Saga: Endless Frontier para o DS, um spin off da série Super Robot Wars, que teve a produção da Monolith e da Banpresto.
Em setembro de 2008, a Nintendo lança uma nova ip: Disaster: Day of Crisis, para o Nintendo Wii. O game também é o primeiro título produzido pela Monolith que não é um rpg (é ação-aventura). O protagonista é Ray, um membro da equipe Rescue Task Force, que terá que lidar com desastres naturais que ocorrem no mundo, assim como enfrentar um grupo de terroristas.
Em abril de 2009, a Bandai Namco lança o game Dragon Ball Z: Attack of the Saiyans para o DS. O game de rpg produzido pela Monolith é uma adaptação da saga dos Saiyajins da série Dragon Ball Z.
Fevereiro de 2010, a Bandai Namco lança o game Super Robot Taisen OG Saga: Endless Frontier Exceed para o DS. Ele é a continuação do título anterior lançado para o mesmo console, o Super Robot Taisen OG Saga: Endless Frontier de 2008. O rpg foi produzido também pela Monolith e Banpresto.
O grande sucesso da Monolith Soft estava para vir em junho de 2010: Xenoblade Chronicles. Lançado pela Nintendo para o Wii e com uma produção que se iniciou em 2007, Xenoblade (anteriormente seria Monado: The Beginning of the World, mas decidiram mudar o nome e assim homenagear os jogos produzidos por Takahashi anteriormente) é um “sucessor espiritual” da série Xeno, mas não tem ligação nenhuma com os títulos anteriores, só o fato do criador original dos títulos anteriores ser o mesmo e, claro, a “pegada” filosófica mista com ficção científica sempre presente. Com o já citado Takahashi como roteirista, Shingo Kawabata como produtor, Koh Kojima como diretor e uma trilha sonora espetacular com vários músicos famosos, entre eles, Yasunori Mitsuda, o game foi um sucesso de critica. No rpg, o protagonista da vez é Shulk que parte numa jornada de vingança e salvação da humanidade.
Em 2011, a Monolith abriu outro estúdio, localizado em Quioto, estando mais próximo da sede da Nintendo. O estúdio de Quioto trabalha dando suporte aos projetos da própria Monolith (estúdio principal em Tóquio) e da própria Nintendo. Os mais recentes games que a Monolith de Quioto auxiliou foram o vencedor de Melhor Jogo do Ano de 2017, The Legend of Zelda: Breath of the Wild (Wii U/Switch – 2017) e Splatoon 2 (Switch – 2017).
O próximo game produzido pela Monolith Soft (com o auxilio da Banpresto) foi Project X Zone, um rpg estratégico que trazia um crossover com diversos personagens da Bandai Namco, Capcom e Sega. O jogo foi lançado em outubro de 2012 pela Bandai Namco para o Nintendo 3DS.
Foi também em 2012 que a Nintendo comprou as ações restantes da Monolith que estava com a Bandai Namco.
A saga Xenoblade volta em abril de 2015, com o lançamento da Nintendo do jogo Xenoblade Chronicles X para o Nintendo Wii U, um spin off do primeiro game lançado para o Wii. Trazendo basicamente a mesma equipe de produção do primeiro game, em X o jogo se concentra mais no mundo aberto e sua exploração através de um personagem criado pelo jogador.
Em novembro de 2015, a Bandai Namco lança Project X Zone 2 para o 3DS, continuação direta do rpg de estratégia lançado em 2012. O game foi produzido pela Monolith e teve uma recepção morna no meio da crítica.
Após um 2015 “morno”, a Monolith Soft volta com tudo estreando o Nintendo Switch: Xenoblade Chronicles 2, lançado pela Nintendo em 1º de dezembro de 2017 (sim, o game é bem recente!). O game, como o título sugere, é uma continuação do primeiro lançado para o Wii em 2010. O rpg tem como protagonista o jovem Rex que parte numa jornada em busca do paraíso da humanidade. O game já se tornou o mais vendido da série.
Próximo game?
Como já dito no inicio do post, a Monolith Soft já divulgou em seu site oficial que está planejando um novo game. Vagas de emprego foram abertas no site do estúdio desde então, com inclusive eventos de recrutamento em março. As imagens acima, são artes conceituais do novo game em desenvolvimento pela Monolith. Nelas podemos destacar o visual medieval clássico: armadura europeia, capa, espada, dragão, templo em ruínas, estátua de anjo/algum tipo de deus. Além disso, percebe-se a visão do mundo: enorme (característica marcante dos jogos da Monolith), com diversas cidades cercadas por ilhas, montanhas e uma personagem armada de uma besta com uma criatura ao lado. Só de ver essas imagens já dá para perceber claramente que o game terá sim uma “pegada” medieval, diferente dos últimos grandes sucessos produzidos pela Monolith (série Xenoblade que é mais para o lado de ficção / futurista dependendo da região dentro do game). Outro fator que confirma essa hipótese de que o game será um medieval é que no site da Monolith, quando clica nas imagens do novo projeto, você é redirecionado para outra página que fala sobre os requisitos para entrar no estúdio, especificando o novo game em questão. Na página, numa tradução usando o Google (sim, eu também uso para várias palavras, principalmente em japonês que não entendo NADA!) temos “Um projeto ambicioso diferente da imagem da Monolith Soft”, uma citação sobre o novo game. Isso sou eu que estou dizendo, claro que a Monolith pode chegar e mostrar algo bem diferente, mas até o momento com essas informações e com as imagens, eu aposto num rpg medieval.
O insider Pixelpar através de seu twitter, postou algumas informações no inicio de fevereiro, tais informações algumas dela são bem óbvias de serem reais (game de fantasia medieval clássico, sidequest, dungeons…) igual o lance do medieval que discutimos acima. Mas outras duas são palpite que pode ou não ser real, que seria o game sendo feito em Unreal Engine 4 e que a Monolith estaria priorizando contratar desenvolvedores com experiência em jogos online (seria o indicio que o game poderia ter suporte a multiplayer online).
De uma coisa eu tenho certeza: esse novo jogo produzido pela Monolith Soft será espetacular assim como a maioria de seus games, terá um mundo enorme para se aventurar e explorar, terá uma mecânica de combate complexa e uma profunda história mesclando elementos de religião e filosofia que irão fazer o jogador pensar sobre diversos valores da vida. Esses fatos estão sempre presentes na grande maioria dos jogos produzidos pelo estúdio e não seria agora que iria se ausentar. Que a Monolith Soft continue focando na liberdade criativa e que seja esse braço forte dentro da Nintendo e nos traga outro mundo maravilhoso para ser desbravado!
E você querido leitor, o que acha que podemos esperar do próximo game da Monolith Soft, visto o seu histórico de games já produzidos? Comente aí!
PS: Outra certeza é de que eu estarei adquirindo o jogo assim que lançar 😀