Dia do Orgulho Nerd – Será?

Hoje, 25 de Março é comemorado o dia da Toalha, referência ao Livro “Guia do Mochileiro das Galáxias”, além de posteriormente ter sido instituído o “Dia do Orgulho Nerd”, por ter sido neste dia em 1977 que Star Wars (na época ainda sem número) entrou em cartaz nos cinemas.

Feitas as devidas explicações, eu por vezes me pego pensando: “Será que existe mesmo um ORGULHO nerd ou é só uma NECESSIDADE de tornar-se aceito atualmente pelas patotas?”

EXPLICO:

Na década de 80/90 a mídia massificava a cultura do músculo. Víamos Schwarzenegger (escrevi sem google), Stallone, Van Damme, e outros tantos atirando, lutando e fazendo seus músculos besuntados de óleo aparecerem reluzentes nas telas das tvs, e até nos jogos eletrônicos (quem não lembra da capa de Contra, que nos remetia diretamente a Arnoldão e Silvestrão).

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Nessa época, influenciado pelos meus “ídolos” eu queria lutar feito Van Damme, atirar feito Arnoldão e esfaquear vietcongues como o Stallone (eu era uma criança meio perturbada, admito). Nem cogitava a possibilidade de ser um NERD.

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Deus me livre, aquela criatura que ou era raquítica ou era obesa, totalmente indefensável a ataques de grandalhões e que só sabia lidar com equipamentos tecnológicos? Eu queria distância disso.

Esse era o retrato do nerd, e foi mantido assim por ao menos mais uma década, até o momento em que esses caras começaram a sair das suas escolas e tomar espaço no mercado de trabalho. Aquele nerdão que lia gibis agora estava formado em cinema, e obviamente pensando em como colocar seu super herói favorito nas telonas. Com o tempo outros foram fazendo o mesmo, e logo nos vimos cercados de nerds e seus heróis. De uma hora pra outra esses caras tinham deixado os fortões de lado e estavam representando uma nova categoria, a dos fracos e oprimidos. Algo poético, já que era praticamente o que seus heróis faziam nas HQs.

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O público aceitou bem, os estúdios fizeram fortuna e começaram a investir nesses caras. Livros, dvds, jogos, brinquedos  action figures, colecionáveis, miniaturas, camisetas, bonés, mochilas, enfim, qualquer coisa lançada com super heróis e nerdices no geral tomava espaço na hora, saltando aos olhos de todos. As “coisas de nerd” ou até mesmo “coisas de criança” tornaram-se itens de colecionador, adquirindo um valor imenso.

Mas e os fortões? Esses perderam importância e foram relegados quase a uma “série B” da mídia. Com isso seus fãs foram aos poucos migrando para outra categoria, justamente a dos temidos Nerds.

Imaginar um fortão com camisa de Star Wars era algo inadmissível, isso era coisa de nerd. Realmente era, não tenha dúvidas. Mas hoje isso já é bem aceito, então qual era o problema, não é mesmo?

Isso gerou um grupo bem característico, os do “Sou Nerd”, mas que nunca tocaram em uma HQ na vida (não me entendam mal, não quero cassar a carteirinha de nerd de ninguém aqui, é só um exemplo). Gente que nunca teve contato com o “submundo nerd” agora estampava seu orgulho no peito. Virou quase, como dito anteriormente, uma necessidade de auto-afirmação para não se sentir excluído de um mercado que cada vez mais valoriza a categoria.

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Conheço poucos Nerds de verdade, aquele nerd tr00, raiz, que fazem conversão para hexadecimal de cabeça e conversam em Delphi. Eu mesmo não me considero um, me considero um cara que gosta de coisas de Nerd e só, nunca vi necessidade de levantar uma bandeira desse tipo.

Mas e você, se auto entitula ou É um Nerd?

Fmrbass

Fã de Zelda e adepto da Nintendo desde que se conhece por gente. Fora um Atari e um Mega Drive, todos os seus outros consoles foram Nintendo. Nunca teve um Playstation ou Xbox (e nem pretende ter), já que nunca viu motivo pra isso.