Criação Gamer
Ah velho, eu sei lá hein!? Eu ainda não sou pai, mas eu fico me perguntando como vou criar meu filho e apresentar ele para o universo gamer sem que ele seja um retardado igual ao pai. Como farei isso? Não faço a menor ideia. Cheio de dúvidas, eu decidi compartilhar minha frustração com vocês e receber feedback de pais gamers bem sucedidos.
Na Hora do Castigo
Primeiramente eu gostaria de deixar claro que minha maior experiencia com paternidade foi no The Sims 2. Foi onde eu aprendi que uma criança pode ser chata pra caraleo, ao ponto de me fazer construir uma piscina. Daí você se pergunta: “A criança é chata e você constrói uma piscina pra ela?” Sim! E depois que a desgraçada entra na piscina eu removo as escadas de saída. Demora um pouco, mas resolve o problema de ter uma criança chata. O problema é quando ela volta pra te assombrar, mas não vamos entrar nessa questão agora. Na vida real eu não tenho acesso ao cheat motherlode que adiciona $50.000,00 na minha conta. O que me leva a crer que eu não conseguirei construir uma piscina para resolver possíveis problemas com meu filho. Sorte dele.
Em cada canto lá de casa eu tenho pelo menos 1 vídeo game disponível. Se eu não estou jogando é por que não estou em casa. Se eu estou em casa é o mesmo que eu não estar em casa pra você, pois estarei jogando e não quero ser interrompido. O foda de tudo isso é que eu não consigo imaginar uma criança usufruindo essa liberdade toda para a jogatina. Imagine eu deixando o moleque de castigo, vou ter que mandar ele ir brincar na rua! É o único jeito de ele ficar longe dos games. Não me parece justo. Quando eu era criança eu gostava de brincar na rua, como posso chamar isso de castigo agora? Eu nunca saberei se a criança estará me enrolando, me enganando, pra eu mandar ela brincar na rua.
Talvez um castigo legal seja colocar o pirralho pra jogar um jogo ruim, tipo, Kasumi Ninja, mas vai que esse desgraçado começa a gostar de Atari Jaguar!? Não dá.
Na Hora de Ensinar
É fato que os jogos me ensinaram muitas coisas que levo para a vida. Coisas que vão além do certo e errado, bom ou ruim. Devido a isso eu imaginei que poderia selecionar um conjunto de jogos que ajudassem na formação do caráter do meu filho.
- Bully – O jogo que vai ensinar ao moleque como funciona a Hierarquia Escolar;
- Mega Man – Essa série ensinará ao pirralho sobre superação, como vencer desafios aprendendo com eles as brechas que levarão a vitória;
- Zelda – Essa maravilha tem muito a ensinar, mas principalmente a manter o desgraçado bem calado, igual ao Link;
- Manhunt – Pra lembrar ao menino que eu tenho mil e uma maneiras de acabar com a vida dele, se eu quiser;
- Nintendogs – Pra ele usar toda vez que me pedir um cachorro;
- Goof Troop – Aqui ele vai entender que trabalho em equipe é muito importante e que não se chuta uma pedra antes de ter certeza de onde ela vai parar;
- Sonic 1 – Porque, às vezes, é preciso ter pressa;
- Sonic Boom – Porque o que é bom não dura pra sempre;
- Battletoads – Pra ele entender que muitas coisas que parecem impossíveis, na verdade, só dependem de você realmente querer. (também quero esfregar na cara dele que eu zerei e ele não)
- Tetris – Porque encaixar o Tetris faz parte da reprodução humana;
- Smash Bros Melee – Só sendo ninja pra conseguir fazer algumas coisas;
- Uncharted – Um espirito aventureiro pode ajudá-lo a não temer novas empreitadas;
- Mario – Vai aprender que, às vezes, a mocinha é o problema;
- Star Fox 64 – Quando você for um líder terá que priorizar e defender sua equipe a todo custo;
Games Sem Supervisão dos Pais
Os games já foram tratados como a causa raiz para alguns atentados violentíssimos na história da humanidade. Não raro ainda encontramos na mídia muitas informações desse tipo, com crianças, adolescentes e até mesmo adultos, tendo problemas na vida real por trocarem sua rotina social para viverem jogando seus games em casa.
Muitos pais encaram os games como uma solução imediatista para se ver livre de uma criança chorando ou lhe tomando tempo. Enxergar as coisas dessa forma pode realmente comprometer a edução da criança e, mesmo sem os games, ela enfrentará problemas sérios na vida. Os vídeo games, assim como qualquer outro brinquedo, precisam da supervisão dos pais. Não adianta você querer que seu filho fique jogando para te deixar em paz. Deveria ter pensado nisso antes de ter um filho. Seja responsável e seja justo com seu filho. Dê a ele a educação correta, necessária, que abra os olhos dessa pessoinha para a vida, para as decisões que ele terá que tomar no futuro e não deixe que os games façam seu trabalho de pai/mãe, pois o resultado pode ser sim desastroso. Pense que, no mundo dos games, tudo é possível e as consequências dos atos ficam no mundo virtual, mas quando a criança passa muito tempo jogando, sem entender, sem um adulto para explicar a diferença do mundo virtual para o mundo real, bem, essa criança estará despreparada demais para ser inserida na sociedade e as consequências podem ser graves.
Games Influenciando de Verdade
Na década de 80 a Midway lançou um arcade chamado Tapper. Esse arcade fez um enorme sucesso e nele você controla um Bartender que fica servindo cerveja, Budweiser, para torcedores sedentos, que seguem em fila e você precisa atender várias filas ao mesmo tempo, enviando a cerveja e resgatando seu pagamento. Qual a ligação desse jogo com o tema de hoje?
Acontece que a empresa Midway percebeu que muitas crianças e adolescentes se interessaram pelo seu jogo. Ao notar isso a empresa tomou uma decisão pioneira no universo gamer: Ela decidiu que os gabinetes não mais estampariam uma marca de cerveja e o jogo não mais teria ligação alguma com bebidas alcoólicas. E assim aconteceu! Os gabinetes foram substituídos e as novas remessas já saiam de fábrica com ajuste necessário, com o Bartender servindo refrigerantes ao invés de cerveja. Foi a primeira vez na industria que tivemos essa atitude, onde uma empresa chamou para si a responsabilidade social, talvez até prevendo problemas futuros, mas mesmo antes disso, já solucionando a situação. Eles poderiam se defender, afirmando que o jogo era para ser jogado apenas por adultos, mas não o fizeram.
No ultimo vídeo game da Nintendo, o tal do Nintendo Switch, a empresa adicionou uma ferramenta que ajuda os pais a supervisionarem de perto a jogatina dos filhos. Para isso você conta com a ajuda de um aplicativo no seu celular, ou seja, você pode acompanhar em tempo real o que seu filho está jogando e ainda limitar a quantidade de tempo.
Esses dois exemplos servem para demonstrar que as empresas também se preocupam com o impacto social que os games causam na vida das pessoas, principalmente dos jogadores mais novos, crianças ou adolescentes. Cabe aos pais supervisionarem de perto a situação e isso é muito mais sério do que se pensa.
Como você, que já é pai, faz para incluir os games na educação dos seus filhos? Compartilhe conosco a sua experiencia e como ela influencia na vida dos seus filhos.