Avanços de um lado, retrocessos do outro da indústria de games

Fala galera, beleza? Imaginem uma realidade alternativa em que quando você comprava um game novo ele vinha com guia, mapa e encartes variados juntos… De graça! E se eu lhes disser que essa realidade já existiu um dia? Neste artigo vou apresentar minha crítica sobre alguns rumos que a indústria de games têm tomado que, na minha opinião, retrocederam. Como sempre digo, mas desta vez puto, é bom que apreciem! (*¬¬)

O MERCADO DE JOGOS

Tudo bem. Eu sei. Hoje em dia o conceito que o Zeebo propôs em meados da década passada parece ser cada vez mais próximo de se tornar realidade. A maneira com que compramos jogos para videogame mudou muito. Antes você ia até uma loja, vislumbrava a vitrine abarrotada de títulos, sempre com grande destaque para os últimos lançamentos. Hoje você acessa uma loja virtual, uma página onde você compra seus jogos com cartão de créditos ou resgatando o valor comprovado por um código.

É verdade que os jogos em mídia física ainda estão aí, firmes e fortes. Óbvio, né? Só que agora nos acostumamos a também comprar jogos pela loja virtual oficial do seu console. E muita coisa têm saído exclusivamente no formato mídia digital. Ok, é legal isso. Trouxe muitas vantagens, como por exemplo permitir que produtores independentes e estúdios pequenos tenham espaço garantido no catálogo. Também tem a questão da praticidade, os descontos relâmpago e valores naturalmente menores desses jogos. Mas você sabe que nem sempre é assim. E agora vêm as desvantagens.

A exemplo do que a Capcom adora fazer, temos jogos capados com preço elevado em mídia digital. E por uma pequena bagatela você compra um dos intermináveis pacotes de DLC para poder ter seu jogo completo. Isso é legal? Depende. É uma faca de dois gumes. O último título de Star Wars está lá para provar o lado ruim que este novo modelo de negócios pode trazer. E a coisa ainda pode ser tão ruim quanto quando verificamos certos jogos em mídia física…

BREATH OF THE TROUXA

Sou apaixonado pela franquia The Legend Of Zelda. Ao lado de Sonic é uma das minhas Top 03. A primeira vez que vi um game estrelado por Link foi justamente com o primeiro título, na forma do lendário ZeldaClassic para MS-DOS (quem colecionou as revistas de CD-ROM da editora Digerati sabe do que estou falando). Pouco depois conheci Ocarina Of Time no Nintendo 64 de um amigo do colégio e então minha vida mudou pra sempre… Amo demais as aventuras de Link! Quando Breath Of The Wild foi lançado corri de tudo quanto é matéria na internet, conversas de WhatsApp e afins que desse para não estragar minha surpresa e fator descoberta quando fosse minha vez de jogar. E quando fui comprar o jogo…

Bom, Breath Of The Wild para Nintendo Switch saiu em pelo menos 03 versões. A básica, com tão somente a caixinha e o cartuchinho, a Explorer’s Edition e a Master Edition. Fui atrás da Explorer’s Edition, aproveitando que uma loja de games próxima a minha casa dispunha de um exemplar. Beleza!

The Legend Of Zelda: Breath of the Wild Master Edition
The Legend Of Zelda: Breath of the Wild Master Edition
Meu exemplar de The Legend Of Zelda Breath Of The Wild Explorer's Edition
Meu exemplar de The Legend Of Zelda Breath Of The Wild Explorer’s Edition

Não tenho nada para falar de Breath Of The Wild em si além de que deve ser o jogo mais foda da História. Estou jogando há meses, quase todos os dias, tanto que nem tenho pego outros jogos direito. Então vou falar unicamente dos itens que acompanham esta edição do jogo. A Explorer’s Edition é composta pelo jogo em si, um guia e um lindíssimo pôster-mapa. Agora mesmo enquanto escrevo este texto estou aqui admirando o guia. Apesar de muito bonito, contudo, não acho que tenha valido tanto à pena no sentido financeiro

O guia é legal, completo, bem ilustrado, inclusive com alerta de spoiler em alguns trechos. Traz lindíssimas artes, sendo a minha favorita a primeira, na contracapa: o Link da primeira aventura da franquia entregando a Master Sword ao Link atual. O pôster / mapa  mostra de um lado o Great Plateau e do outro todo o território de Hyrule (sem nenhuma dica de nada é claro). E tem um excelente acabamento. A cor amarelada “gasta” somado com as bordas recortadas dão um visual de um verdadeiro mapa antigo. Mas nada disso justifica os mais de R$100,00 de diferença para a edição básica, na minha opinião.

Se você procurar na Amazon irá encontrar vários livros oficiais de Zelda, entre enciclopédias, mangás, HQs, art-books, guias e mais guias por menos que isso. Tudo com material único, exclusivo e que não encontraria de outra forma. Pôsteres então nem se fala. Então no sentido de conteúdo que estes dois itens a mais na embalagem trazem para a experiência do jogador não achei nada além do básico, nada que justificasse a diferença tão grande de preço.

COMO ERA ANTIGAMENTE

Antes você abria a caixa do jogo, explodia coisas para fora: manual de instruções, pôster, às vezes algum adesivo ou outro brindezinho e mais alguns folhetos diversos, como os famosos cartões-pedido onde você preenchia quais outros videogames você jogava, marcava o título que queria receber, geralmente com um bom desconto. Essas coisas eram parte do que vinham com os jogos. Os manuais eram muito mais do que simplesmente instruções de comandos. Eram também guias, uma breve enciclopédia apresentando e explicando o mundo que o jogador veria na tela, independente da categoria que o jogo fosse. Se fosse um RPG então, aí sim os manuais eram enormes. Era coisa básica tanto quanto feijão e arroz em PF.

Sonic The Hedgehog 3. Manual, folheto, catálogo, pôster e cartão cromado
Sonic The Hedgehog 3. Manual, folheto, catálogo, pôster e cartão cromado
Jurassic Park. Manual, catálogo, pôster, cartão de pedido e folheto
Jurassic Park. Manual, catálogo, pôster, cartão de pedido e folheto
Carmageddon II: ;Carpocalypse Now! para MS-DOS: Caixa grande, caixa pequena, 02 pôsteres, encarte e folheto promocional do Iron Maiden
Carmageddon II: ;Carpocalypse Now! para MS-DOS: Caixa grande, caixa pequena, 02 pôsteres, encarte e folheto promocional do Iron Maiden

Pegando os jogos de Nintendo 3DS de exemplo. A grande maioria deles vêm com um encarte bem sem-graça sobre cuidados com o aparelho. E só. Os do Switch nem isso! Aí cobrar quase 40% a mais no valor do pacote para ter só isso?! Sério?! Realmente me senti um trouxa nesse ponto.

Bem feito, né? Quem manda investir na Apple dos videogames… XD

Meu exemplar de Nintendo Switch com os itens que adquiri logo na primeira semana com o console
Meu exemplar de Nintendo Switch com os itens que adquiri logo na primeira semana com o console

CONCLUSÃO

A facilidade, praticidade e democracia que as mídias digitais trouxeram mudaram a forma com que compramos jogos. Também mudou a forma com que os produtores comercializam seus jogos. Antes você comprava ele inteiro. Hoje você compra o conteúdo-base e se quiser ter o jogo completo vai ter que comprar DLCs. E o investimento acaba saindo caro no final. Essa forma de vender conteúdo ainda por cima abre brechas para explorar um pouquinho mais para aqueles que preferem ter os jogos físicos, oferecendo edições especiais com itens absolutamente NADA especiais por quase o dobro do preço. Certamente não são todos os casos. Mas está aí um que me deixou frustrado.

Glefferson

Graduado Bacharel em Sistemas de Informação, trabalha como desenvolvedor de software. Apaixonado por robôs, piloto de drone, fã de Ramones, Misfits, Heavy Metal e adora dançar Anos 80. É apaixonado por Jurassic Park, mistérios e Ufologia. É fusqueiro que participa de encontros de carros antigos expondo seu Fusca. Redator e admin do Portal 2Join, redator do blog GamerDescontrutor e admin dos encontros 2Join Curitiba. Colecionador veterano de videogames e brinquedos antigos há 18 anos.