2 Join Critica – Os Farofeiros (2018)
Confesso que sempre tive um certo receio quanto a comédias nacionais. Quando vi um monte de gente empolgada e falando em “Os Farofeiros” fiquei mais receoso ainda. Quando soube que o “Paulinho Gogó” seria o protagonista, aí ferrou de vez. Expectativas ficaram igual a Jamaica: Abaixo de zero.
Mas com o trailer a coisa começou a mudar um pouco e resolvi dar uma chance ao filme (mentira, a patroa obrigou a ir ver). E não é que eu gostei do desgracento?
O enredo é digno de filme de sessão da tarde: Quatro famílias vão passar as férias de final de ano em uma casa caindo aos pedaços, quando achavam que estavam indo para um local sensacional. Aqui entram os clichês desse tipo de filme: engarrafamento, crianças incomodando durante a viagem, portas caindo, poeira, móveis quebrando ao sentar, praia lotada e um bando de gente que não se entende.
No elenco principal temos:
Lima (Paulinho Gogó): O zoeiro da firma. Casado com Jussara (Cacau Protásio), vivem entre tapas e beijos.
Alexandre (Antonio Fragoso): o cara certinho e trabalhador. Casado com Renata (Danielle Winits), recebe uma promoção no último dia de trabalho do ano, mas com duas condições: manter a promoção em segredo e no início do ano demitir um dos seus colegas de férias.
Rocha (Charles Paraventi): O reclamão, vive reclamando que não consegue sincronizar um Wii Remote merece uma promoção, já que trabalha há 15 anos na empresa. Casado com Vanete (Elisa Pinheiro), que está grávida, e pai de uma adolescente que eu não sei nem se teve nome.
Diguinho (Nilton Bicudo): Recém divorciado, vive chorando as pitangas com saudades de seus filhos. Namora a gostosona do filme, Elen (Aline Riscado) e é amigo de longa data de Alexandre.
Renata (Danielle Winits): A estressada da classe média. Reclama de tudo e se acha superior aos demais. Pra mim, o destaque do filme com um timing sensacional e momentos impagáveis como a saída da piscina e o jogo de canastra. Lembrou seus áureos tempos de Kubanacan, quando contracenava com Marcos “pescador parrudo” Pasquim e mostrava uma ótima veia cômica e também outras partes em revistas masculinas (bons tempos aqueles). Sou suspeito pra falar, já que acho essa loira fora de série, mas pra mim ela DE LONGE roubou a cena (tanto no talento quanto na beleza).
E ainda fez bico de Ranger Rosa!
Jussara (Cacau Protásio): Deveria seguir o estereótipo da negra barraqueira, mas foi além disso. Em alguns momentos serviu de escada para Lima, em outras tomou conta da tela.
Vanete (Elisa Pinheiro): Esposa de Rocha, grávida e pra ganhar a qualquer momento. Guarda um segredo do marido e espera o momento certo pra contar. Não tem lá muito destaque na trama.
Elen (Aline Riscado): Namorada de Diguinho, faz as vezes de gostosa do filme, arrancando boas risadas em alguns momentos (principalmente quando rola a inveja das outras esposas).
Ainda temos também as crianças do elenco, que pouco aparecem e quando aparecem estão aprontando. Apenas um momento é que todas ganham a chance de se destacar, o que pareceu que poderia ter sido melhor aproveitado.
O humor do filme é aquele típico do cinema nacional, variando entre piadinhas de 5ª série, esquetes pastelão, palavreado xulo e quadros novelísticos, mas sem deixar de lado piadas sutis que nem todo mundo pega de primeira (alguns inclusive nem chegam a pegar algumas). E o pior de tudo é que o elenco funciona tão bem junto que essa merda toda dá certo. Acho que a última vez que dei tanta gargalhada em um filme no cinema foi quando assisti DeadPool. CALMA, não estou comparando os dois filmes, já que o humor deles é totalmente diferente.
Mas funcionou, não só comigo, mas com todos que estavam na sessão (praticamente lotada, mais de 9 pagantes contando com o faxineiro).
Há muito tempo não assistia uma comédia nacional. Arrisco que o último filme desse gênero que vi foi “Se eu fosse você 2”, com a magistral interpretação de Tony Pires e Glória Ramos roubando todos os holofotes.
fora de série
Em “Os Farofeiros” o que mais me chamou atenção é que justamente o humorista do elenco é o que tem menos “punchlines” e dá espaço pra todos mostrarem sua qualidade.
Inclusive, Maurício “Paulinho Gogó” Manfrini abusa dos trocadilhos e em vários momentos tenta forçar uma piada com eles, pra em seguida vir Cacau Protásio, Antonio Fragoso ou Danille Winits (sempre ela!) e realmente fazer rir, salvando a cena.
Enfim, se você pagar meia entrada no cinema e estiver procurando algo pra passar o tempo e dar umas risadas, recomendo o filme. Senão é melhor aguardar sair em outros formatos mais baratos pra assistir no conforto de casa.